sábado, 22 de dezembro de 2012




É PARA TI JOÃO NUNO DO MEU CORAÇÃO...TE DESEJO TODAS AS FELICIDADES DO MUNDO...Que pela vida fora sejas um ser humano digno e acarinhado por Todos...Bjitos do coração

Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu lhe desejo felicidade.
E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal,
Eu ainda lhe desejarei felicidade.
Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente,
Porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados.
Mas isso não faz diferença
- Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma.
Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz. Me iluminará por todo ano.

Eu desejo à você o Espírito do Natal.

Van Dike


Imagem Lisa J.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A PUREZA DE UMA CRIANÇA

A PUREZA DE UMA CRIANÇA

Ao contemplar uma criança
Quanta ternura em seu olhar!
Vejo um mundo de esperança

Em uma flor a desabrochar.


Olho em seus olhos, que doçura!
Em um pequeno ser inocente
Penso na sua vida futura
Florzinha em forma de gente.


Sua meiguice me fascina
Em tudo ela é sincera
Que em seu proceder nos ensina
Ser igual a ela, eu quisera.


Ter tamanha sensibilidade
Tal como ela, saber perdoar
Não mente, é pura verdade
Exemplo que nos dá: o de amar.


Mãos, boca, enfim tudo lindo
Tudo isso, pura emoção
Também vê-la quando dormindo
E sentir sua respiração.


Que Deus abençoe as crianças
Seres humanos em formação
Nela podemos ver esperanças
De um mundo melhor em união.


Christiano Nunes

terça-feira, 3 de julho de 2012

A avó "ideal"

A avó "ideal"

É o pilar e o refúgio familiar e caracteriza-se geralmente por:
Ir sempre em auxílio dos filhos e dos netos.
Passada a emergência,regressa a sua casa.
Não dá opiniões se não a consultarem directamente, a menos que julgue verdadeiramente muito negativo o que acontece em relação aos seus netos.
Está amorosamente disponível.
Embora não partilhe directamente da opinião dos filhos, respeita as regras que os pais impuseram quando eles não estão presentes e está a cuidar da criança.


Família " Guia dos Pais "

FÉRIAS

FÉRIAS

Muitas vezes é impossível conjugar as férias dos pais com as das crianças. Assim, a casa dos avós é o local ideal para nesta altura do Natal passarem uns dias. Se vai ter de deixar o seu filho em casa destes durante estas férias, não se esqueça de levar:
A sua almofadinha;
O seu brinquedo preferido;
Os seus artigos de higiene;
Os medicamentos que estiver a tomar;
O telefone do pediatra.
E...para que não restem dúvidas,esclareça com os avós as normas a que o seu filho está habituado:
As horas de ir para a cama;
As refeições diárias;
Os programas de televisão autorizados.

Os sentimentos de ternura entre avós e netos são o elo mais forte entre os pais e os avós


Família " Guia de Pais "

O amor dos avós

O amor dos avós
É saudável para qualquer criança ter uma boa relação com os avós. Muitas vezes irão ser os seus confidentes e será com eles que desabafarão as mágoas, as desilusões, as frustrações... Serão também os avós que lhes contarão abertamente as "diabruras dos pais" e que lhes darão a conhecer aquela outra faceta da vida. O pai, tão austero, já foi tal como ele, um menino traquinas que um dia escondeu o jantar debaixo da cama e que partiu o vidro da loja do Sr. Joaquim. O avô mostrar-lhe-á a colecção de selos que iniciou no ano em que o papá nasceu e diz que um dia será sua. São os avós que lhe permitirão ter uma noção de continuidade, ligando passado, presente e futuro:
"quando tiveres a idade do avô, vais ver que também os teus netos farão essas mesmas perguntas...", "Um dia, quando tiveres a minha idade...".


Família " Guia de Pais"

Avó Mimando...

Um "pequeno" sacrifício

Os casais mais jovens costumam dizer "a avó gosta de tratar deles, está feliz" sem pensarem, que muitas vezes sacrificam, também eles, os seus tempos livres para que eles, pais, – possam ir passar um fim-de-semana fora ou passar uma noite agradável com os amigos. Para os avós reformados, os netos são, simplesmente, os mais pequenos dos seus filhos. Depois de um período de "férias de obrigações paternais", experimentam emoções que viveram com os seus filhos. Esta nova etapa, muitas vezes enriquecida pela experiência, faz com que empreendam as suas tarefas de "avós"e agradeçam a Deus que lhes permitiu conviver com os seus filhos e com os seus netos./p>

A relação dos avós com os netos une as pessoas separadas por duas gerações

Família " Guia de Pais "

A casa dos avós é um "porto de abrigo"

A casa dos avós é um "porto de abrigo"

Conviver diariamente com os avós, é óptimo para que o seu filho sinta que tem uma família que o adora


Passear com os avós
Todas as crianças gostam de passear com os avós, pois para além de ouvirem sempre algumas histórias relacionadas com a infância e as "traquinices" dos pais, sabem que eles também farão tudo para os manter felizes. Sujar-se no jardim "dos pés à cabeça", pedir o gelado preferido ou aquele bolo de creme que os pais se negam a comprar, são mesmo algumas das delícias compartilhadas unicamente com os avós.
Se sente que os avós estragam o seu filho com mimos, pense um pouco e lembre-se das belas recordações que os seus avós lhe deixaram.


Família " Guia dos Pais"

João em S.Martinho


João Nuno com 3 aninhos

Mensagens para os Avós

Perguntaram a uma menina de nove anos o que ela gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu: – Eu gostaria de ser avó! Ao ser interrogada sobre o porquê dessa idéia, ela completou: - Porque os avós escutam, compreendem. E, além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles. E a menina continuou: - Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos outros. Um avô leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos. Os avós não fazem nada, e por isso podem ficar mais tempo com a gente. Como eles são velhinhos, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não faz mal. Nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrines até cansar. Na casa deles tem sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros. Eles contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas. Passem conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir seu perfume. Avós nunca dizem “depressa, já pra cama” ou “se não fizer logo, vai ficar de castigo”. Quase todos usam óculos e eu já vi uns tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, os avós não dizem: “menino, não vê que estou ocupado?” Eles param, pensam e respondem de um jeito que a gente entende. Os avós sabem um bocado de coisas. Eles não falam com a gente como se nós fôssemos bobos. Nem se referem a nós com expressões tipo “que gracinha!”, como fazem algumas visitas. O colo dos avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste. Todo mundo deveria tentar ter um avô ou uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.

A.D.

Mãe Avó

Avó Mizé c/João Nuno, Meita, Zé e Bruno

Mãe Avó

Você a grande amiga,
que nos dá a sua mão na infância
e caminha com a gente pela vida,
dando-nos sem nenhuma exigência
sua ternura e compreensão.
Lembra-mo-nos de você, mãe primeira,
com seus afagos, seus risos, brincadeiras,
não só beijos mas também repreendas,
sabendo ouvir, compreender
nossa acanhada ou atrevida confidência
que nascem na meninice ou adolescência.
Você, vovó, nossa mão amiga,
que volta ao tempo e se faz entendida
de nossos diálogos infantis,
das nossas falas e eloquências.
Vovó, aqui estamos, hoje, todos para lhe dizer
do nosso AMOR, DO NOSSO CARINHO
E DE NOSSA ETERNA GRATIDÃO
Feliz dia das Mães, Vovó, por natureza,
nossa mãe duas vezes.
Muito mais que isso, mulher, companheira
com seu jeito de moça faceira
que em idos anos conquistou o nosso avô.
O tempo passa e a idade chega,
deixando com certeza sua marca
mas não esmoreceu o seu amor
e nós somos os mais finos galhos
desta sua frondosa árvore família
e queremos ser seu apoio, seus atalhos
onde encontrará sempre um abraço
de nosso braços cheios de amor.

Regina Célia

segunda-feira, 2 de julho de 2012

João Nuno... Minha Doçura!!!

Na vida temos o mundo a descobrir, a amizade para se conquistar, a felicidade para sorrir, a sinceridade para passar adiante... mas se não tivéssemos um amor sincero para dar e receber... amor e carinho para ser feliz... o que seria do mundo? nada! o amor em minha vida é tudo e eu sem o meu grande amor nada sou! obrigado João Nuno minha vida! TE AMO!

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Criança


Tu, criança

És a doce lembrança

De um mundo de esperança

Ainda por fazer

Basta o teu querer

Para o melhor acontecer

Aprendes no teu brincar

As palavras a cantar

Os números a dançar

Com um pau de giz

Escreves o que a alma diz

E assim és feliz

Quando vês um papel

Fazes dos dedos, pincel

Inventando um carrossel

Vejo-te brincar ao pião

Segurando o teu balão

Dando asas à imaginação

Adoro ver-te sempre sorrir

Tens a beleza do Sol a luzir

O fascínio da Lua a dormir

E é esse teu ar inocente

Que me faz ir em frente

Tu, criança, és o meu presente!

Cristina Russo

terça-feira, 29 de maio de 2012

O riso de uma criança

Imagem by net
O riso de uma criança
Alegra o meu coração
A sua doce inocência
Tem para mim um condão

Ver os seus primeiros passos
Acompanhar sua infância
Segura-la entre meus braços
Quanto te amo criança

Ver seus olhos a brilhar
De alegria e prazer
Para do mal a guardar
Vamos para ela viver

Quando reina a harmonia
Mesmo ouvido á distancia
Nada iguala em alegra
O riso de uma criança

Jorge Caraça

A senhora já é vovó?


Imagem by Dialektus


A senhora já é vovó?

O neto é um filho com quem se relaciona sem ansiedade.

É suave, é bom, é benfazejo esse amar solto e compreensivo, sem a aflição e as dúvidas de quem educa diretamente, com os pais. Tudo isso em um tempo no qual já se está a compreender muito melhor a vida, a alma infantil, tendo aprendido a ler sutilezas de caráter e comportamento que os pais nem sempre percebem.

Ver e orientar sem que o neto se ressinta. E sem especiais compromissos com ter que acertar. Ah a maravilha de compreender a aflição de uma criança e saber aplacá-la com calma e doçura! E no entanto, toda essa sabedoria, superioridade e segurança dissipa-se no instante em que o neto ou neta nos devolvem alguma manifestação de amor ou gratidão. Derretemo-nos como sorvete num sol de 40 graus.

Os netos nos tornam filosóficos. Diante deles, suas brincadeiras e as marcas de semelhanças esparsas conosco ou outros ancestrais, que aos poucos vão ficando claras, medita-se sobre si mesmo, somos ainda mais gratos a nossos pais e avós, melhor compreendemos nosso papel nesta vida.

Cessam paixões e opiniões que ás vezes nos levam a discussões ou a defesas acentuadas de pontos de vista, tudo cessa diante do mistério da procriação ali patente, diante de nós e se infiltra na alma a suave sensação de missão biológica cumprida.

O grande segredo da vida é a compreensão. Compreender é muito difícil. Em geral, interpomos as nossas crenças e opiniões entre nós e os outros, fechando-nos para esse novo que é receber o que nos chegue da vida sem classificar, com a alma aberta. A idade traz compreensão à custa de experiências vividas e sofridas.

Difícil, com os netos é a dor que se mistura ao sabor da convivência, quando se vão para casa. A gente vê um bichinho daqueles amarrado na cadeira que fica no banco de trás do carro do filho. E o carro parte para um desconhecido onde existe uma cidade agressiva, um mundo de guerra e intolerância. E enquanto perdura o perfume de alma que os netos ou netas nos deixam, paradoxalmente a gente se sente muito mais só do que o habitual. Pululam pensamentos dolorosos quê fazer?- sobre se teremos ainda muitos anos com eles, podendo vê-los crescer, ou se alguma trama do destino nos espreita (ou a eles) para levar da vida antes da hora.
Ah os netos! Quantas lições!

Artur da Távola

quinta-feira, 17 de maio de 2012

" Quando as crianças brincam "


































Imagem by Groshev'den

Quando as crianças brincam
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

Fernando Pessoa

domingo, 29 de abril de 2012

INFÂNCIA PERDIDA


Imagem by Dialektus

Perdi a minha infancia.
Afinal ja tenho tempo...
ja tenho passado.
Esqueci-me de que vivia,
que chorava e sorria
nas rugas da minha pele.
Passou meio seculo
nem me dei conta.
Esqueci-me de brincar.
Passei despercebido,
por pequenos saltos
em brincadeiras fugidias,
de que ja nem me lembro.
Perdi a minha infancia.
Mas sei muita historia,
que me contaram... que contei,
sem herois na memoria
mas admirado, por ter passado.
Os livros... um fascinio
que me adocam o presente
em delirios e verdades
que me preencheram a mente.
Mas o tempo nao volta;
determinado como ninguem
a encarar o futuro.
Perdi a minha infancia.
Mas mantenho o que perdi...
Apesar de envelhecer na pele,
minha mente e uma crianca!

11 Abril 2012

Carlos Lobato

João Nuno nunca te esqueças de viver a tua infância...São os momentos mais belos que a vida nos dá...Beijitos!!! Avó Mizé

quarta-feira, 11 de abril de 2012

FELICIDADE...


Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros.

Padre Fábio de Melo

FELICIDADES!!!

sábado, 7 de abril de 2012

Imagem de Canan Oner

Páscoa da Paixão
Páscoa
Quaresma
Reflexão
Páscoa da Paixão
Páscoa
Do meu sangue
Páscoa do Teu sangue
Que por nós derramaste em Jerusalém
Páscoa
Que em todos os tempos
Deixa pessoas pensarem
Qual o seu significado
Páscoa
Terra Santa
Terra que Te viu nascer
Terra que Te viu partir
Páscoa da Paixão
Paixão de Cristo
Que em terra morreste
Que em Teu berço de pedra
Ressuscitaste e ascendeste aos céus para nos salvar

Pedro Jardim

sexta-feira, 16 de março de 2012

O Filho do Teu Sorriso

                                                À Espera de ser Mãe - foto de Emotions

Imagino-te apenas
no seguimento dos dias.
Porfiavas alegrias!
Era um ser desejado a crescer
na plenitude da tua pele a encher!

Conheço-te o sorriso
pelo qual te dás.
Esqueces as palavras
que nunca me dirás.
Ouço-as, no quieto ciciar
do teu abafado riso.

Conheço-te, sei que as farás
acontecer no teu ser,
semente de amor
a primeira do teu jardim
que floresceu sem dor.

Viveste emoções
de menina e mulher
partilhando sensações.
Radiosa ficaste
em forma arredondada
tal a bola do mundo.

O mundo transformaste
em epicentro de ti.
O milagre germinava
e como flor encantada,
tu, princesa, dormiste enfeitiçada
nove meses, de plena felicidade.

Eis-te agora acordada,
mãe, menina e mulher
bebendo o encanto do teu filho
em apertado abraço de fino linho.

Odete Ferreira

OF (Poema dedicado a jovens mães)

quinta-feira, 15 de março de 2012

A Arte de Ser Avó

   Netos são como heranças:
você os ganha sem merecer.
Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu.
É, como dizem os ingleses, um acto de Deus.
Sem se passarem as penas do amor,
sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade.
E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado:
o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho,
mais filho que o filho mesmo...

Quarenta anos, quarenta e cinco...
Você sente, obscuramente, nos seus ossos,
que o tempo passou mais depressa do que esperava.
Não lhe incomoda envelhecer, é claro.
A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações — todos dizem
isto embora você pessoalmente, ainda não as tenha
descoberto — mas acredita.

Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos,
às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade.
Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe
exige essas efervescências.
A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente
junto com a mocidade. Bracinhos de criança no seu pescoço.
Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor.
Meus Deus, para onde foram as suas crianças?
Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são seus filhos,
que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações,
você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas.
São homens e mulheres - não são mais aqueles que você recorda.

E então um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das
agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis — aquela criancinha da sua raça,
da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida.
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho,
é um menino que lhe é "devolvido".
E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito
de o amar com extravagância; ao contrário causaria escândalo e
decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo
aquele amor recalcado que há anos se acumulava,
desdenhado, no seu coração.

Sim, tenho certeza que a vida nos dá os netos para nos compensar
de todas as mutilações trazidas pela velhice.
São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar
aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis.
Aliás, desconfio muito de que os netos são melhores que namorados,
pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos.

No entanto — no entanto! — nem tudo são flores no caminho da avó.
Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe.
Não importa que ela , em si, seja sua filha. Não deixa por isso
de ser mãe do garoto. Não importa que ela, hipocritamente ensine o menino
a lhe dar beijos e a lhe chamar de "vovozinha",
e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e
pergunta por você. São lisonjas, nada mais.
No fundo ela é rival mesmo.
Rigorosamente, nas suas posições respectivas,
a mãe e a avó representam, em relação ao neto,
papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante
dos triângulos conjugais.
A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante.
Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o.
Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina,
a obrigação de educar e o ônus de castigar.

Já a avô, não tem direitos legais,
mas oferece a sedução do romance e do imprevisto.
Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas.
Leva a passear, "não ralha nunca".
Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica.
É a confidente das horas de ressentimento,
o último recurso nos momentos de opressão,
a secreta aliada nas crises de rebeldia.
Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina,
tem todos os encantos de uma aventura.
Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido.
Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer croquetes,
tomar café — café! — mexer no armário da louça,
fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas,
derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes
se quiser e até fingir que está discando o telefone.
Riscar a parece com o lápis dizendo que foi sem querer — e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar,
ir para os braços da avó e de lá escutar os debates sobre os perigos
e os erros da educação moderna.

Sabe-se que, no reino dos céus,
o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma.
Porém esses prazeres não estarão muito acima
da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol.
E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho,
que aos bem-aventurados será defeso.
Meu Deus, o olhar das outras avós,
com os seus filhotes magricelas ou obesos,
a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto.

E quando você vai embalar o menino e ele,
tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz:
"Vó!", seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

E o misterioso entendimento que há entre avó e neto,
na hora em que a mãe o castiga,
e ele olha para você, sabendo que se você não ousa intervir abertamente,
pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade...

Até as coisas negativas se viram em alegrias
quando se intrometem entre avó e neto:
o bibelô de estimação que se quebrou porque
o menininho — involuntariamente! — bateu com a bola nele.
Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações:
os cacos na mãozinha, os olhos arregalados,
o beiço pronto para o choro;
e depois, o sorriso malandro e aliviado porque "ninguém" se zangou,
o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó?
Era um simples boneco que custou caro.
Hoje é relíquia:
não tem dinheiro que pague.

Raquel Queiroz